Chegando em Paris: O 1º dia


Dia 1º de setembro, eu desembarquei no aeroporto Charles de Gaulle, às 15:50. E finalmente, eu estava em Paris, depois de tanta preparação e burocracia. E como foi a chegada? O que fazer primeiro quando você está chegando para morar em outro país?

O chip de celular. Bom, primeira coisa era comprar um chip de celular francês, pois eu tinha marcado de encontrar a representante da dona do apartamento às 18h em frente ao prédio, e ela tinha me pedido para enviar um sms avisando quando eu já estivesse no RER do aeroporto para o centro de Paris. Ok. Só que eu tive que pesquisar loucamente antes para descobrir se era possível comprar um chip e já sair falando na hora, já que a Oi, minha bênção de operadora no Brasil, não teve competência sequer para ativar um roaming internacional com mais de dez dias de antecedência da viagem (e a atendente ainda disse: "ah, mas mesmo que o roaming seja ativado a tempo, não é garantia que você vai conseguir rede lá..." Affz!). Depois de muito pesquisar, eu decidi comprar um chip pré-pago da operadora Orange, a maior operadora de telefonia da França, já que eles prometiam uma ativação do chip imediata e algumas vantagens. Aí peguei a mala (graças aos deuses ela chegou bem) e fui até a Relay, uma loja meio que de conveniência, que tem revistas, livros, recargas de celular, chips, coisas de tabacaria, enfim, e pedi ao moço une carte SIM prépayée que eu pudesse usar NAQUELE MOMENTO, e ele me apareceu com um chip da SFR, uma outra operadora também muito grande aqui, e que eu não conhecia. Não era bem o que eu queria, mas tudo bem. Botei o chip no celular, e olha que deu um trabalho danado para abrir a tampa, e liguei para o número que indicavam as instruções. Ligando para este número seu chip está ativado e você recebe na hora um sms com o número do seu telefone. Para a minha alegria, tudo funcionou perfeitamente, e eu agora tinha um número de celular francês com uma carga de 5 euros para ligações, sms e acho que até internet, se não me engano.

A Relay do Charles de Gaulle não é grande assim. Foto: Dênis e Samira Soares. 


Ligar para casa. Próximo passo, arrumar um cartão telefônico para ligar para a minha mãe e avisar que eu tinha chegado viva e bem. O moço da Relay me disse que não vendia e me explicou uma coisa que eu não entendi, mas aceitei. Quando saí da loja e vi os telefones públicos, entendi o que ele queria dizer. Os cartões saem dos próprios telefones. Você insere as notas, no meu caso uma de dez euros, e o telefone cospe o cartão. Aí você raspa atrás no cartão para ver seu código, liga para o número nas instruções, digita seu código e depois o número para onde você quer falar. Lembrando que para ligar para o Brasil é 0055 + código da cidade + número do telefone.

O RER para o centro de Paris. Depois, eu fui procurar a estação de RER, que é tipo um trem (mas também existem trens em Paris que não são o RER) e que faz a ligação do centro da cidade com os chamados banlieues, os subúrbios. Eu tinha que pegar o RER B e para isso, bastava seguir as placas dentro do aeroporto. E dá-lhe andar e subir e descer escadas. Esta é uma questão de Paris, as estações de metrô, os aeroportos, as estações de RER, tudo tem MUITAS escadas, os caminhos são MUITO longos e muitas vezes não há escadas rolantes. Andar nas estações já é difícil sem carregar peso, com malas então, é um suplício. Eu tive que andar bastante, subir e descer muitas escadas (pelo menos no aeroporto tem as escadas rolantes) até chegar à estação de RER e achar pelo mapa o meu destino. Para comprar os tickets, há máquinas na estação (eu não vi os guichês comuns, mas provavelmente eles também existem), é preciso descobrir como elas funcionam e pedir o seu ticket para o centro de Paris, que custa 8.75 euros.

Chegando ao apartamento. Uns 40 minutos de viagem de RER depois, eu cheguei à estação em que devia descer, Châtelet-Les Halles, que fica a cinco minutos de caminhada do meu prédio. No caminho, ainda enviei o sms para a representante da dona do apartamento, e ela respondeu (funcionou!) me pedindo para ligar para ela quando eu chegasse. LIGAR!!! Cheguei a estremecer. Ia ter que, pela primeira vez na vida, falar com uma pessoa em francês no telefone. Quando desci na estação, mais mil e quinhentos lances de escada, me perdi, não achava a saída correta (tem umas 300 saídas nesta estação, que fica embaixo do shopping Le Forum des Halles, que tem uns 300 andares, e a moça não me disse qual saída pegar) e aí liguei para a representante e falei que tinha chegado e não achava a saída. Foi difícil, eu não entendi tudo que ela falou, mas eu sobrevivi e achei a saída. Para minha sorte, era uma moça muito educada e atenciosa, que estava me esperando na praça que fica em frente ao prédio, muito movimentada, por sinal. Pois bem, entramos e aí eu vi o que me aguardava: subir até o terceiro andar com a mala grande e pesada, sem elevador. Acostumem-se, esta é a realidade de muitos prédios parisienses, que são em grande parte antigos e sem elevador.

A Place Carrée do Forum des Halles. Agora estão fazendo uma obra imensa em cima do shopping, que é subterrâneo. Foto: Lionel Allorge
A entrega das chaves. Finalmente, depois de quase morrer para subir até o terceiro andar, eu cheguei ao apartamento. Sentamos, ela me entregou as chaves, eu entreguei o certificado de seguro e o depósito de garantia e fizemos o état de lieu, que é um inventário de tudo que tem no apartamento e do estado dele em geral, que ambas assinamos e que será usado na minha saída para definir se eu não estraguei nada e se todo o depósito vai me ser devolvido. Um outro detalhe é que eu já tinha lido em vários lugares que quando chegamos aos apartamentos em Paris, a água e a eletricidade não estão funcionando, e que é preciso ligar para este e aquele lugar e pedir para ligar, mas no meu caso não foi preciso, já estava tudo ligado. E aí era isso, eu estava instalada. Agora faltava sair para encontrar algo para comer.

A linda e maravilhosa Picard. No próximo post, vou falar sobre esta loja de comida congelada (e boa) que tem sido meu almoço e janta de cada dia. Vou falar sobre a comida que não é a dos restaurantes e nem dos cafés famosos, e do supermercado.

See ya!

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