Alugando Apartamento em Paris


Só de pensar na frase do título do post já me dava um frio na espinha. O temido aluguel de apartamento em Paris. Mas a hora de fazê-lo chegou e não teve jeito, já que para dar entrada no visto era preciso apresentar comprovante de alojamento pelos primeiros três meses na cidade.

Já fazia quase um ano que eu vinha de olho nos sites de aluguel, pesquisando, pesquisando e pesquisando, mas tudo que eu lia sobre esta experiência na internet era desesperador. Diziam que era MUITO difícil alugar aqui, que tudo era muito caro, a demanda era grande e a oferta escassa, que os proprietários pediam fiador francês que estivesse na França há no mínimo dois anos e que ganhasse três vezes o valor do aluguel e até que não gostavam de alugar para brasileiros. Tudo isso é verdade, gente, não vou dizer que não é, mas...

Eu não passei por nada disso e consegui alugar o meu sem grandes problemas. Vamos ao que aconteceu realmente quando eu comecei o processo?
Imagem: Foto tirada da porta do meu prédio. Place (e Fontaine) des Innocents no quartier Les Halles.
Primeiro eu pesquisei obsessivamente os seguintes sites: LodgisParistay e Paris Attitude. Estas são as agências imobiliárias especializadas em aluguel para (estudantes) estrangeiros mais conhecidas, com apartamentos para todos os gostos e bolsos e para períodos curtos e longos, indo de semanas a um ano. Os da Paris Attitude são um pouco mais caros e a Paristay não me era tão conhecida, então eu foquei na Lodgis. Na pesquisa eu coloquei como aluguel máximo 700 euros, e o período de setembro a dezembro, já que o consulado exigia três meses e eu, além de não querer alugar um apartamento por um ano sem nem vê-lo pessoalmente, achei que também seria mais fácil convencer um proprietário a alugar para mim por um período mais curto, já que eu não tinha fiador.

Aí que vinha o frio na espinha. Como conseguir que alguém alugasse para mim sem fiador? Bom, eu ia ter que tentar e tentei. Achei um que me interessou na Lodgis por 650 euros e num lugar legal que agora não lembro mais qual era e preenchi o formulário de pedido de reserva. Logo em seguida uma funcionária me retornou me pedindo cópia do meu passaporte, carta de aceite da escola e documentos do meu fiador (que podiam ser meus pais, não precisavam ser franceses), passaporte, contra-cheque e último imposto de renda. O problema era que a funcionária estava falando comigo em português e o nome dela me parecia muito de brasileira, mas o português dela era muito ruim e robótico, estranho, não sei bem explicar, com muitos erros de ortografia. Sei que a imobiliária tem como um diferencial funcionários que falam várias línguas, mas nesse caso achei que atrapalhou. Ela poderia ter falado comigo em francês ou inglês. Mas, enfim, enviei o que ela pediu e como fiadora apresentei minha mãe, que não poderia realmente ser minha fiadora pois não tinha renda suficiente para isso. Para compensar, eu apresentei o extrato de nossas contas e ofereci pagar 1 mês de aluguel na assinatura do contrato e os outros dois meses e o depósito de garantia (equivalente à um mês de aluguel também) no dia da minha entrada no apartamento.

Eu não sei que diabos a mulher arrumou que ela me respondeu umas coisas sem sentido, mas pelo que eu entendi o proprietário queria que eu pagasse os três meses adiantados na assinatura do contrato. Nem pensar. Aí fui procurar nos outros sites e outras opções na própria Lodgis. Tudo que eu selecionava era a mesma funcionária que respondia e sempre enrolando tudo. Ela até ligou lá pra casa um dia às 5h da manhã (êta fuso horário!) e minha mãe achou que era trote e desligou na cara dela quando ela pediu para falar com a senhora Teixeira! haha

Aí um dia eu estava no trem e decidi ver a Paristay. E não é que eu achei um apartamento micro, porém fofo, mais barato do que todos na Lodgis e num lugar incrível de Paris? E foi essa a minha grande sorte. Mandei na hora o pedido de reserva e uma funcionária muito mais dedicada e não robótica, falando inglês, me respondeu pedindo os mesmos documentos. Eu enviei e ainda sugeri a mesma coisa de antes, pagar um mês na assinatura do contrato e os outros dois meses e o depósito na entrada. E não é que a proprietária aceitou de cara sem nem pedir os outros meses adiantados? Ela simplesmente aceitou alugar para mim sem maiores exigências. Eu quase chorei de emoção. Em dois dias eu já tinha pago a taxa da imobiliária (salgadinhos 370 euros), assinado o contrato e recebido o contrato assinado pela proprietária (que, à propósito, fala inglês também).

A Praça de novo. Cheia de jovens e galeres.
Eu já tinha visto nas reviews do apartamento o quanto essa proprietária era um ponto alto do aluguel, que ela era muito solícita, gentil e agradável, e é mesmo. É realmente muito fácil negociar com ela, tanto que já até estendi com ela minha estada aqui, o que ela aceitou sem problemas também. Não que tudo seja perfeito, pois já houve uma coisa ou outra que ela fez e eu não gostei, mas um dia talvez eu fale sobre isso.

Engraçado que na mesma época que assinei o contrato com a Paristay a moça da Lodgis me apareceu com um contrato também de um apartamento cujo proprietário havia aceitado alugar para mim, mas já era tarde, acabei dispensando.

Enfim, cá estou. Paguei 1 mês de aluguel na assinatura do contrato (via Paypal! A proprietária aqui aceita, o que é uma bênção, já que uma transferência bancária ia custar o olho da cara, mas isso não é tão comum), 370 euros à imobiliária, e chegando aqui apresentei o seguro habitação (a própria imobiliária indicou, custou 87 euros pelos três meses se não me engano) e o depósito de garantia, que equivalia à dois meses de aluguel, mas que me será devolvido ao final da estadia caso eu não cause nenhum dano ao apartamento.
A entrada do prédio. 
Para encerrar, o que eu tenho a dizer sobre o aluguel em Paris é: cada caso é um caso. Eu aqui, azarão, underdog, sem ter exatamente um fiador, consegui tranquilamente um apartamento, então é possível, mesmo que muitas vezes seja difícil. O que é preciso, porém, é não demorar, pois quanto mais em cima da viagem fica, menos opções de apartamento você tem. Para quem tem coragem de negociar diretamente com proprietários, sem imobiliária, tem o site De Particulier à Particulier. Eu não tenho, prefiro a segurança da imobiliária. Quem quiser dividir um apê procure sites de colocation. Também não tenho coragem, não sem conhecer a pessoa antes.

Quer saber mais dicas atualizadas sobre os apartamentos em Paris e onde conseguir aluguéis mais baratos? Dê uma olhada neste post:  Sobre os apartamentos em Paris e os banlieues.

À bientôt!

2 comentários:

  1. Bom dia, Vanessa!! Excelente o seu blog!! Parabéns pela iniciativa. Minha esposa está pensando em fazer um mestrado na França. Você tem algum email que poderíamos trocar algumas informações? O meu email é fabio4nunes@gmail.com e de minha esposa é marianenunesadv@gmail.com, caso seja possível, nos envie sue email. Desde já obrigado. Fabio Nunes

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    1. Obrigada, Fábio! :) Fico feliz que tenha gostado do blog. Se tiver alguma dúvida sobre algo que postei e/ou algo que eu não tenha postado ainda, envie e-mail para vanessasantos.psi@gmail.com ou pode perguntar aqui pela seção de comentários.

      Abraços!

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